segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Alimentos para proteger a saúde

Brasília - Abusar de alimentos com baixo valor nutritivo e alto valor calórico (junk food), ser sedentários, e, até mesmo, fumar e consumir bebidas alcoólicas são atitudes típicas da adolescência, mas que terão reflexo na saúde para o resto da vida do indivíduo. Estes fatores estão associados ao desenvolvimento da maioria das doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares, diabetes e câncer, que lideram as causas de óbito na vida adulta no país e no mundo.

ana silvaTer cuidados com a alimentação evita a obesidade e reduz o aparecimento de doenças precocesTer cuidados com a alimentação evita a obesidade e reduz o aparecimento de doenças precoces
A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada em 2009 com adolescentes de 9ª série do ensino fundamental nas 27 capitais do país, considerou que, naquela ano, 43,1% dos alunos eram suficientemente ativos, mas, no entanto, 79,5% gastavam mais de duas horas por dia em frente à televisão. O sobrepeso atingiu 16% e a prevalência de obesidade foi de 7,2% para o conjunto das capitais.

Os levantamentos também alertam que jovens estão entre os grupos mais vulneráveis para o tabagismo e o consumo de álcool. No Brasil, onde o consumo de álcool também é associado às mortes por causas violentas e aos acidentes de trânsito, a exposição ao álcool tem início precoce: 71% dos estudantes de 9º ano avaliados na PeNSE relataram que já haviam experimentado álcool e 27% haviam consumido bebidas alcoólicas nos trinta dias anteriores. Quase 25% desses alunos disseram que haviam se embriagado pelo menos uma vez na vida.

A coordenadora de Vigilância de Agravos e Doenças Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Deborah Malta, considera, porém, que a adolescência é também um período favorável para adoção de novas práticas e comportamentos, quando os jovens tornam-se mais independentes. "A presença, neste período da vida, de determinados fatores de proteção, como alimentação saudável e atividade física, contribui para a promoção e preservação da saúde da população, com ganhos de curto e longo prazo."

Com uma atenção especial à prevenção das doenças crônicas, o Programa Saúde na Escola (PSE) foi lançado em 2008 para contribuir para a formação integral dos estudantes da rede pública da educação básica por meio de ações de prevenção, promoção e atenção à saúde. Em parceria, os ministérios da Saúde e da Educação integram as redes de educação e o Sistema Único de Saúde. Na prática, o trabalho integrado gera ações de promoção para a saúde, estimulando a alimentação saudável, bem como práticas corporais e atividade física. A prevenção do tabagismo e do uso de álcool, bem como a prevenção de violência, também fazem parte das ações que o programa incorpora ao cotidiano das escolas municipais que dele participam.

Saúde no prato: ações na área de alimentos

• Implementar os guias alimentares para fomentar, em todos os ciclos da vida, escolhas saudáveis relacionadas à alimentação;

• Apoiar a implementação dos parâmetros nutricionais do Programa de Alimentação do Trabalhador, com foco na alimentação saudável e na prevenção de DCNT no ambiente de trabalho;

• Promover a aquisição de alimentos saudáveis para o Programa Nacional de Alimentação Escolar, de forma a respeitar as diferenças biológicas entre faixas etárias e condições alimentares que necessitem de atenção especializada;

• Articular ações de capacitação e de educação permanente dos profissionais de saúde, em especial na Atenção Primária em Saúde, com foco na promoção da alimentação saudável;

• Formular a orientação técnica para a aquisição dos alimentos oriundos da agricultura familiar, conforme o Art. 14 da Lei 11.947/2009 - Atendimento da Alimentação Escolar;

• Promover ações de educação alimentar e nutricional e de ambiente alimentar saudável nas escolas, no contexto do Programa Saúde na Escola;

- Elaborar e implementar programas de educação alimentar e de nutrição, articulando diferentes setores da sociedade;

• Fortalecer a promoção da alimentação saudável na infância, por meio da expansão das redes de promoção da alimentação saudável voltadas às crianças menores de dois anos (Rede amamenta Brasil e Estratégia Nacional de Alimentação Complementar Saudável);

• Fortalecer o projeto Educanvisa como estratégia de promoção da alimentação saudável;

• Elaborar Guia de Boas Práticas Nutricionais para Alimentação Fora de Casa, destinado a orientar pequenos comércios e serviços sobre o preparo e a oferta adequada e saudável dos alimentos oferecidos para refeições de rua;

• Estimular o consumo de alimentos saudáveis, como frutas, legumes e verduras;

• Ordenar e fomentara a aqüicultura familiar, visando ao aumento da produção e oferta de alimentos (pescado e algas) para uma alimentação saudável;

• Estimular a produção de alimentos de bases limpas (orgânicos, agroecológicos), em articulação com os programas facilitadores da produção de alimentos saudáveis do Ministério do Desenvolvimento Agrário;

- Criar protocolo de ações de educação alimentar e nutricional para as famílias beneficiárias dos programas socioassistenciais, integrando redes e equipamentos públicos e instituições que compõem o Sisvan.

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