terça-feira, 21 de junho de 2011

O Bullying sob o olhar dos educadores: um estudo em escolas da rede privada de Natal/RN

O bullying escolar envolve todas as atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que acontecem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro (s) causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder, tornando possível a intimidação da vítima. Suas manifestações envolvem boatos difamatórios, apelidos, discriminação, furto ou danificação de pertences, perseguições, ameaças, agressões físicas, isolamento, exclusão de uma pessoa ou grupo, intimidação, intolerância e desrespeito. Neste estudo, buscou-se identificar a concepção que os educadores têm sobre o bullying, se conhecem e através de quais meios tomaram conhecimento do problema, se intervêm quando identificam casos de bullying e como se dá tal intervenção. Foi utilizado para coleta dos dados um questionário, aplicado a 107 educadores de 14 escolas particulares de Natal/RN. Os dados receberam tratamento estatístico no programa SPSS e seus resultados foram analisados à luz de um referencial social e histórico. Entre os resultados, encontrou-se que 83% dos educadores entrevistados já ouviram ao menos falar em bullying, sendo que as informações sobre o problema vêm principalmente dos meios de comunicação, como televisão, jornais e revistas. Os educadores afirmaram que os apelidos, xingamentos e agressões físicas são as manifestações de violência mais freqüentes entre os alunos e também as queixas mais comuns quando estes procuram por ajuda. A necessidade de intervenção quando se identifica um caso de bullying foi relatada por 97,03% dos entrevistados, sendo que 73,27% dos educadores já foram inclusive chamados por alunos ou funcionários da escola para remediarem as situações de bullying entre alunos. Sobre as formas de intervenção empregadas, a mais comum foi a conversa e advertência aos alunos envolvidos. Sugere-se a intensificação de estudos relacionados ao assunto e o desenvolvimento de ações e programas antibullying que envolvam a comunidade escolar (educadores, pais, alunos, funcionários), em parceria com segmentos sociais: Conselho Tutelar e demais órgãos ligados à proteção da criança e do adolescente

Autor(es): Samia Dayana Cardoso Jorge -

Prevenção // Governo oferece curso anti-drogas

A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), veiculada à Presidência da República, planeja formar 65 mil pessoas na área de tratamento e reinserção social de usuários e dependentes de drogas nos próximos três meses.

Serão ministrados cinco tipos de cursos e investidos mais de R$ 14 milhões no projeto. Podem se inscrever professores, juízes, lideranças religiosas e outros profissionais que atuam no ramo.

Segundo a secretaria adjunta do Senad, Paulina Duarte, a sociedade é mais beneficiada com a formação dos agentes. "Quando damos capacitação a um professor é o aluno quem ganha, quando damos suporte a um profissional do SUS é o paciente daquela rede quem vê os resultados. Isso também acontece quando damos conhecimento a um ator social que pode contribuir para a sociedade no enfrentamento das drogas e do crack".

Os cursos são gratuitos, oferecidos na modalidade de Educação a Distância e têm duração de três meses. Os alunos recebem o material didático em casa, e passam a ter acesso ao ambiente virtual de aprendizagem com acompanhamento de tutores, que também poderão ser acionados por um telefone gratuito. Ao final do curso, os concluintes recebem um certificado de extensão universitária, emitido pela instituição de ensino superior executora do curso. "É preciso desmistificar a questão de drogas no Brasil. Antes de críticas, precisamos dar medidas preventivas à sociedade".

Prevenção às drogas atinge apenas 30 cidades do RN

O poder público no Rio Grande do Norte faz pouco para prevenir o uso de drogas e o único programa voltado para essa finalidade abrange apenas 30 das 167 cidades do estado. A crítica é do deputado estadual Antônio Jácome, presidente da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas. Ele se pronunciou sobre o assunto ontem, durante uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa.


Audiência presidida pelo deputado Antônio Jácome (ao centro) debateu tema Foto: Carlos Santos/DN/D.A Press
O projeto ao qual deputado faz referência é o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), coordenado pela Polícia Militar e aplicado em escolas

públicas e privadas do estado, sendo atualmente desenvolvido em 30 municípios potiguares. "Não basta ter uma coordenadoria ou um conselho, é preciso ter uma política de Estado, com orçamento e recursos destinados para isso", afirma Jácome. "Quando alcançarmos todas as cidades, aí sim poderemos dizer que alguma coisa está sendo feita. Caso contrário, a imprensa vai continuar pautando todos os dias crimes etragédias que poderiam ser evitados se houvesse uma prevenção rotineira nas escolas e na sociedade", analisa o parlamentar.

Na ocasião da audiência, foram empossados os 13 titulares e 13 suplentes do Conselho Estadual de Entorpecentes e foi entregue a Comenda do Mérito da Secretaria Nacional de Políticas Contra as Drogas. O deputado propôs uma cruzada suprapartidária para conjugação de esforços do poder público municipal, estadual e federal, além da sociedade civil. Ele explica que, nas três esferas, os recursos são escassos, o que tem feito surgir poucos programas.

Para o presidente do Conselho Estadual de Entorpecentes, o jovem e o adolescente estão à mercê de uma combinação terrível: o fácil acesso ao crack e o baixo preço dessa droga. Ele ressalta também que a porta de entrada da droga é sobretudo a ociosidade e que os futuros consumidores começam consumindo drogas "leves", como álcool e cigarro. Para combater o problema, ele defende uma política de fortalecimento às atividades esportivas na escola. "O jovem só entra na droga quando não se tem uma alternativa de ocupação de tempo e lazer", destacou ele, defendendo ainda que o debate chegue à sala de aula do ensino fundamental.