A empresária Carla Utsch Piovan, 29, acionou a
Justiça, na última quinta-feira, contra o colégio Marista Dom Silvério,
no bairro São Pedro, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Carla é
mãe de uma menina de 11 anos e alega que a escola foi negligente diante
do bullying sofrido por sua filha. No processo, a empresária pede
indenização de R$ 100 mil por danos morais, alegando que a filha teve
que mudar de colégio, além de fazer tratamento psicológico e tomar
antidepressivos. A escola afirmou, por meio de nota, que tomou as
providências necessárias.
Carla conta que a violência partiu de um
grupo de quatro meninas. Elas estariam agredindo verbalmente sua filha
desde abril. Neste mês, no entanto, a menina teria sido atacada
fisicamente. “Elas falavam que minha filha era burra e que iria virar
gari para combinar com seu cabelo oleoso. Mas, um dia, ela chegou em
casa suja de suco de uva e contou que foi empurrada por uma menina que
também atirou a bebida nela”.
A empresária disse ainda que comunicou os problemas à escola por telefone e pessoalmente, mas nada teria sido feito. “A omissão da escola e os traumas causados à criança nos dão direito a uma indenização por danos morais”, disse o advogado da família, Frederico Maia.
A escola negou que tenha sido negligente. O Marista informou que fez duas reuniões, uma só com as meninas – quando elas teriam se desculpado – e outra na presença dos pais. Na última, a escola teria sugerido à família de Carla que sua filha mudasse de turno. A empresária nega que os encontros tenham acontecido.
Perigo. Para a advogada da ONG Educar Contra o Bullying, Elionay de Figueiredo, as redes sociais são um facilitador para as agressões. “As crianças se sentem livres para dizer o que querem e, se não há acompanhamento de um adulto, as agressões sucessivas a uma mesma pessoa podem fugir do controle”, destacou.
Ainda segundo a advogada, no caso de bullying dentro das escolas, as instituições têm obrigação de tomar providências.
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