terça-feira, 23 de julho de 2013

Bullying vai parar na Justiça - Empresária acusa colégio de negligência e pede R$ 100 mil de indenização por danos morais

A empresária Carla Utsch Piovan, 29, acionou a Justiça, na última quinta-feira, contra o colégio Marista Dom Silvério, no bairro São Pedro, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Carla é mãe de uma menina de 11 anos e alega que a escola foi negligente diante do bullying sofrido por sua filha. No processo, a empresária pede indenização de R$ 100 mil por danos morais, alegando que a filha teve que mudar de colégio, além de fazer tratamento psicológico e tomar antidepressivos. A escola afirmou, por meio de nota, que tomou as providências necessárias.
Carla conta que a violência partiu de um grupo de quatro meninas. Elas estariam agredindo verbalmente sua filha desde abril. Neste mês, no entanto, a menina teria sido atacada fisicamente. “Elas falavam que minha filha era burra e que iria virar gari para combinar com seu cabelo oleoso. Mas, um dia, ela chegou em casa suja de suco de uva e contou que foi empurrada por uma menina que também atirou a bebida nela”.
A garota entrou na escola neste ano e, no último dia 7, teve que ser transferida para outra instituição. As agressões teriam começado, segundo Carla, porque sua filha se recusou a maltratar outros alunos, a mando do grupo de meninas. “Eu descobri pelo Facebook que elas mandavam minha filha isolar outras crianças e exigiam capas de celular em troca de amizade. Como ela era nova no colégio, se sujeitava a isso”, contou a mãe.

A empresária disse ainda que comunicou os problemas à escola por telefone e pessoalmente, mas nada teria sido feito. “A omissão da escola e os traumas causados à criança nos dão direito a uma indenização por danos morais”, disse o advogado da família, Frederico Maia.

A escola negou que tenha sido negligente. O Marista informou que fez duas reuniões, uma só com as meninas – quando elas teriam se desculpado – e outra na presença dos pais. Na última, a escola teria sugerido à família de Carla que sua filha mudasse de turno. A empresária nega que os encontros tenham acontecido.

Perigo. Para a advogada da ONG Educar Contra o Bullying, Elionay de Figueiredo, as redes sociais são um facilitador para as agressões. “As crianças se sentem livres para dizer o que querem e, se não há acompanhamento de um adulto, as agressões sucessivas a uma mesma pessoa podem fugir do controle”, destacou.
Ainda segundo a advogada, no caso de bullying dentro das escolas, as instituições têm obrigação de tomar providências.

 

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