segunda-feira, 11 de abril de 2011

Bullying leva adolescentes a procurar cirurgia de redução de estômago

O bullying, que é a violência física ou moral no ambiente escolar, está levando adolescentes obesos a passar pela cirurgia de redução de estômago. A atitude tem deixado os médicos preocupados. Pesquisa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica revela que em 2009 foram realizadas 1,5 mil operações para reduzir o estômago em pacientes com menos de 20 anos. Foram quatro cirurgias por dia.

As “brincadeiras” destroem a autoestima. Foi assim com a filha da comerciante Magali Andrade. Ela conta que a menina sofria preconceito. “Não tinha muitos amigos, era excluída. Não se sentia bem em lugar nenhum”, conta.

A cirurgia de redução de estômago só é recomendada para quem já passou dos 16 anos e está com índice de massa corpórea (IMC) acima de 35. É o caso, por exemplo, de uma pessoa que tem 1,70m de altura e pesa 100 quilos. Para calcular o IMC é preciso dividir o peso pela altura duas vezes.

Mas alguns jovens não conseguem esperar. De acordo com o cirurgião bariátrico Roberto Rizzi, às vezes, com 80 kg, 90 kg, os pacientes vão ao consultório em busca de cirurgia aos 13, 14 anos. O motivo é o bullying.

“A nossa orientação básica em primeiro lugar é esperar o adolescente crescer o máximo possível. Muitas vezes, um paciente obeso com 13 anos, com 17 anos, dá aquela crescida rápida e se torna um jovem alto e magro”, observa Rizzi.

A bancária Thaís Moreira, de 26 anos, lembra com tristeza da adolescência. “Eu gostava de um menino com 12 anos e ele falou pra mim: ‘Se você emagrecer, eu namoro com você’. Aí, eu engordei mais ainda”, relembra.

Há um mês, Thaís fez a cirurgia e, hoje, comemora uma nova fase na vida. “Eu já emagreci 12 kg. A autoestima está lá em cima. Estou muito feliz”, revela.

Os médicos, no entanto, ressaltam que, para fazer a operação, o paciente já tem que ter tentado emagrecer.

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